PAZ
Edi Mail Bohrer*
Não existe um conceito universal aceitável que nos mostre o que é a paz em toda a sua plenitude.
O que é paz? Seria o oposto de guerra?
O que significa paz mundial? Seria o direito que cada país e cada cidadão tem de viver de acordo com sua vontade? A paz seria a inexistência de conflitos?
Não existe uma mágica pela qual façamos com que a paz aconteça. Tudo aquilo que vem de encontro ao que cada um de nós almeja, pode significar a paz.
Porém, será que poderemos sentir paz, enquanto houver alguém passando fome, enquanto houver uma criança abandonada?
A satisfação quando vejo minhas necessidades pessoais atendidas, ou satisfeitas, seria maior do que ver atendidas as prioridades da comunidade onde vivo?
Se houver injustiça, não haverá paz. Se a ignorância não nos permitir a correção dos nossos erros, e se não olharmos o outro com o olhar de quem olha pra si mesmo, não conseguiremos nos tornar mais humanos e conscientes. A paz só irá nascer, quando cada um de nós começarmos a se educar para ser um cidadão, e ser um cidadão significa respeitar o direito do outro, significa ter responsabilidade, ser honesto, ter senso de comunidade, lutar pelo bem comum, participar na defesa do que é de interesse de todos.
Quando calamos frente as humilhações sofridas por alguém na nossa presença, essa quietude poderá ser vista como cúmplice do sofrimento de alguém, e ao mesmo tempo como cúmplice para que seja mantido o status quo, que privilegia poucos em detrimento de muitos.
Amor, respeito, disciplina, postura ética, humildade e conhecimento são, com certeza, alguns dos ingredientes que não podem faltar nessa receita.
Jamais iremos encontrar uma paz pronta, feita, acabada e apresentá-la ao mundo como sendo a solução para todos os problemas.
Quando a educação passar a ser uma prioridade aos olhos do mundo, começaremos a entender que só o conhecimento liberta.
O conhecimento acontece a partir da busca individual, a partir dos conceitos revisados por cada um de nós, fazendo com que deixemos cair a máscara dos velhos (pré) conceitos, nos vestindo de cidadãos humanizados, conscientes de que somente cada um de nós pode encontrar, através da reflexão, a sabedoria suficiente para compreender que não vivemos sozinhos. Eis aí, quem sabe, o início da paz.
(*) Licenciada em Filosofia, Sociologia e Psicologia e pós-graduada em Práticas Pedagógicas Multidisciplinares.
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