terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Obrigado amigos!

camelo

Rápido

guria

Ataques a Gaza: como se faz um genocídio

do Blog do Sakamoto, por Leonardo Sakamoto

Concordo com os governos de Israel e dos Estados Unidos quando dizem que não há crise humanitária na faixa de Gaza. Uma situação de insuportável desrespeito aos direitos humanos já existia antes dos recentes bombardeios contra Gaza por causa do bloqueio decretado por Israel devido à eleição democrática do Hamas e o lançamento de foguetes contra seu território… e por aí vai. Voltando na história, esses tomaladacás vão até a partilha da Palestina há seis décadas.

Eu já havia escrito aqui que iríamos presenciar um massacre unilateral e não uma guerra - centenas de civis, inclusive mulheres e crianças, morreram nos últimos dias. Mas tendo em vista a intensidade e a forma dos ataques, o que estamos presenciando soa mais como (mais uma etapa do) genocídio do que crise humanitária.

Se de um lado, extremistas palestinos não aceitam a existência de Israel, do outro extremistas israelenses reivindicam Gaza e Cisjordânia como parte de seu território histórico. Para estes, árabes em geral são bem aceitos no seu território, desde que sirvam para mão-de-obra barata. A diferença entre esses dois grupos é que Israel tem poder de fogo para levar esse intento adiante, enquanto o outro lado não.

Porém, como um dos intentos do massacre é eleitoreiro, em alguma hora o governo israelense vai se dar por satisfeito. Para a tristeza da extrema direita, que gostaria de entregar aquelas terras a assentamentos judeus. O Kadima, partido de centro no poder em Israel, que corre o risco de ser vencido nas eleições gerais pelos conservadores, está usando o conflito para reverter as pesquisas. Se isso vai servir como o Iraque serviu para a administração Bush, ainda é uma incógnita.

O certo é que o islamismo radical sai mais forte do conflito do que entrou. Mesmo que a maioria dos seus líderes morram, surgirão outros, lembrando que as condições de vida em Gaza são uma mistura de uma favela com um campo de concentração, com crianças revoltadas diante de tanta violência social e física, prontas para serem cooptadas por grupos fundamentalistas. Quais as chances de jovens que viram seus pais, irmãs, namoradas serem mortos nos ataques de hoje não tentarem vingar suas mortes amanhã?

E a paz vai ficando mais distante.

Requião e o lixo

do Fábio Campana

Requião gastou uma fortuna para realizar um seminário sobre a crise mundial que daria soluções para todos os problemas do planeta e que ele sugere que Barak Obama adote como fórmula na condução dos Estados Unidos, ainda a maior potência do planeta.

Tudo bem, quem pode controlar a presunção do Duce? O que fica mal para Requião é perceber que enquanto ele sonha papéis de estadista disposto a salvar o planeta, não consegue realizar tarefas tão simples como a de realizar a coleta de lixo nas praias do Paraná durante a temporada.

Se cuidem, a policia desapareceu

Fiquei por Curitiba o feriado de fim de ano todo. Rodei pela cidade pra ver como estavam as coisas por ai. O detalhe, é que nao vi um Policial. Apenas a Policia de Transito. Blitz inclusive, faz anos que nao sei o que é passar por uma. Ando 3.000km por mes na minha linda cidade.

O Ignorante

O Paraná cheio de problemas, e “ele” cuidando da vida dos outros!

Deveriam perguntar pro Sr. Governador se ele sabe a cor da bosta da vaca. Afinal, não entende nem de merda, vai querer entender de conflito Palestino / Israel. E o Paraná que se dane.

Requião quer solucionar o conflito entre árabes e judeus

do Fábio Campana

O governador Requião declarou hoje que a TV Educativa vai montar debates para discutir soluções para a Palestina e Israel. “É evidente que o que está acontecendo lá, na Palestina, é muito sério. Estou vendo um verdadeiro massacre e o mundo tinha que intervir nesse processo”, disse.

Requião começa o ano esbravejando contra a TIM

do Fábio Campana

Proibido de descontar seu mau humor na imprensa e nos inimigos políticos, Requião arranjou um novo desafeto para desancar em alto e bom som durante as escolinhas das terças-feiras. Trata-se da TIM. A operadora de telefonia.

Acontece que a operadora bloqueou os celulares da Casa Civil e da Casa Militar, incluindo o do próprio Duce, por causa de uma conta atrasada. Segundo ele, a conta seria de R$ 34,00. Já a TIM garante que são R$ 12 mil não pagos. Com sede de vingança, Requião prometeu banir a TIM do estado do Paraná e não permitir que nenhum membro do governo continue utilizando a operadora.

Pense nisso

drauzio

domingo, 4 de janeiro de 2009

Anjo da Guarda

Há 20 anos, o produtor Dito Espinheira trabalha com a cantora Ivete Sangalo. Ele é uma espécie de anjo da guarda, de faz-tudo da artista. Eles se conheceram quando Dito trabalhava em uma loja.

Reserva Raposa Serra do Sol

A animação “Reserva Raposa Serra do Sol” foi lançada  para explicar à sociedade de forma simples e direta esse caso que gerou tanta polêmica. Dirigido por Arnaldo Galvão, tem entre os responsáveis pelo argumento e roteiro Spensy Pimentel, jornalista e antropólogo

 

Ficha técnica
Reserva Raposa Serra do Sol, 3 minutos, 2008
Argumento e Roteiro: Ana Vitória, Leandro Saraiva, Newton Cannito, Spensy Pimentel e FICs (Fabrica de Ideias Cinematicas); Direção /Animação/ Storyboard: Arnaldo Galvão; Produção: Marta Machado e Ale McHaddo; Criação de Personagens /Direção de arte /Storyboard: Adriana Meirelles; Trilha: Ben Charles Filgueiras; Assistente de Produção: Ligia Slywitch; Coordenação de Animação: Paulo Biagioni; Composição Digital: Ana Predolin; Rodrigo Lima; Stephanie Watanabe; Edição: Robson Lima.

É preciso ler um pouco

É preciso ler um pouco de tudo.

É preciso ler um pouco de psicologia, para descobrir o poço sem fundo da alma.

É preciso ler um pouco de poesia, para penetrar nesse poço sem fundo, e nele afundar até o gozo.

É preciso ler um pouco de teologia, para descobrir que indo mais fundo no poço sem fundo encontraremos a Deus.

É preciso ler um pouco do jornal do dia, para descobrir que o mundo já chegou ao fundo do poço, mas ainda continua descendo.

É preciso ler um pouco de geologia, para descobrir novos poços sem fundo nesse mundo fecundo.

É preciso ler um pouco de magia, para descobrir no fundo do poço mais fundo o enigma mais profundo.

É preciso ler um pouco de filosofia, para descobrir que o mundo não é imundo, é apenas um poço sem fundo dentro de outro poço ainda mais fundo.

É preciso ler um pouco de biologia, para descobrir a vida se debatendo no fundo, no fundo mais fundo do poço sem fundo.

É preciso ler um pouco de antropologia, para descobrir que somos esse próprio poço sem fundo, fundamento de tudo o que somos.

É preciso ler um pouco de arqueologia, para descobrir uma cidade no poço sem fundo.

É preciso ler um pouco de astronomia, para descobrir que o céu é também um poço sem fundo, oceano negro em que nadam estrelas e interrogações.

É preciso ler um pouco de espeleologia, para descobrir que a caverna sem fundo guarda outros tantos poços sem fundo.

É preciso ler um pouco de filologia, para decifrar a linguagem do poço sem fundo.

É preciso ler um pouco de metodologia, para descobrir os caminhos que há dentro do poço sem fundo.

É preciso ler um pouco de etruscologia, grafologia, nefrologia, opsologia, ovniologia, papirologia, parapsicologia, piretologia, pomologia, psefologia, selenologia e todas as logias possíveis, para descobrir o poço sem fundo da nossa curiosidade.

É preciso ler um pouco de tudo, embora seja muito pouco. Que esse pouco, porém, seja suficiente para nos fazer vislumbrar no poço sem fundo a ausência desse fundo.

Ler um pouco de tudo, mas ler a fundo esse pouco.

Ler um pouco, tendo como pano de fundo a sede de saber.

Ler um pouco, mas, mesmo sendo pouco, ler contrafundo.

Ler um pouco, a fundo perdido.

Gabriel Perissé é doutor em educação pela USP e escritor.

Correio da Cidadania

O ano da astronomia

Marcelo Gleiser


A visão que temos hoje do cosmo se deve a dois homens que, há 400 anos, acreditaram nas próprias ideias

Começou a grande festa dos céus. 2009 é o Ano Internacional da Astronomia. Por todo o mundo, centenas de conferências, palestras, livros e documentários irão celebrar a ciência dos céus. No Brasil, entre várias celebrações, telescópios serão distribuídos em escolas.
Por que 2009? Em 1609, dois eventos marcaram o início de uma nova era: o italiano Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus, mudando definitivamente a nossa concepção dos astros e, mais importante, o nosso lugar no cosmo. No mesmo ano, o astrônomo alemão Johannes Kepler publicou o seu "Astronomia Nova", que, como já diz o título, propôs uma nova astronomia, baseada na descrição das causas por trás dos movimentos celestes: planetas giram em torno do Sol devido a uma força e não por estarem presos a esferas de cristal. Na mesma obra, Kepler mostra que as órbitas planetárias, por milênios descritas como sendo circulares, são, na verdade, elípticas. Tanto na obra de Galileu quanto na de Kepler, são os dados e as observações cuidadosas que determinam a nova ciência dos céus. Galileu não inventou o telescópio. A descoberta é atribuída a um holandês, em 1608. O que Galileu fez foi aperfeiçoar o instrumento, aumentando a sua potência. A sua grande sacada foi usar o instrumento para estudar o céu noturno, com o intuito de criticar a filosofia de Aristóteles e seus seguidores. Para o grego, os astros eram feitos de uma substância eterna e perfeita, o éter ou quintessência. Nos céus, ao contrário do que ocorria da Lua para baixo, nada mudava. A Terra ocupava o centro do cosmo, imóvel. O que Galileu viu contrariava isso tudo. A Lua era coberta de crateras e montanhas, longe de ser uma esfera perfeita. Saturno tinha "orelhas", e Júpiter, quatro satélites. Imagino a emoção que Galileu deve ter sentido ao ver pela primeira vez na história as quatro maiores luas de Júpiter. A descoberta foi devastadora para o modelo geocêntrico de Aristóteles: se Júpiter, um planeta, tinha luas, a Terra não era tão diferente assim. Nesse caso, não seria mais razoável adotar o arranjo proposto pelo polonês Copérnico em 1543, onde o Sol era o centro do cosmo e a Terra só um planeta em seu redor? Defender o cosmo de Copérnico tornou-se a cruzada de Galileu. Ele foi contra tudo e todos, principalmente a igreja. Essa história já foi contada muitas vezes. Galileu criticou os teólogos cristãos, argumentando que a Bíblia não ensina como o céu vai, mas como vamos ao céu. Infelizmente, o que Galileu tinha de gênio lhe faltava em diplomacia. Insistindo, acabou sendo condenado a abjurar a doutrina copernicana e a passar o resto de seus dias em prisão domiciliar. Sua história mostra o quanto a coragem intelectual de alguns muda o destino de muitos. E, de forma mais concreta, como a história da civilização depende da evolução dos instrumentos. A cada vez que um novo instrumento nos permite ver mais longe, ou nos abre novas janelas para mundos que antes eram invisíveis, aprendemos mais sobre a natureza e sobre nós mesmos. Johannes Kepler nos mostrou que não devemos impor nossos preconceitos no mundo. Lutou contra si mesmo para tirar o círculo dos céus. Se o fez, foi por acreditar na precisão dos dados e das observações acima de sua expectativa de uma perfeição estética. Como conto em "A Harmonia do Mundo", ao atribuir causas aos movimentos celestes, Kepler rompe com o obscurantismo do passado, inaugurando a nova ciência dos céus. A visão que temos hoje do cosmo e de nós mesmos se deve, em grande parte, à visão desses dois homens que, 400 anos atrás, tiveram a coragem de acreditar nas suas ideias.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"