sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bolivarianismo esportivo

Está mais do que comprovado cientificamente que, em grandes altitudes, um atleta condicionado a jogar nessas condições leva decisiva vantagem sobre os habituados a jogar na planície. A FIFA havia proibido esse cambalacho injustificável, mas, pressionada pelos sul-americanos, voltou atrás. E a farsa populista voltou aos gramados.
Equatorianos e bolivianos dão show de bola e de preparo atlético a 3 mil metros de altitude e humilham craques argentinos, brasileiros e uruguaios, que se arrastam pelo campo, tontos e esbaforidos. As populações nativas ficam eufóricas, os governantes mais ainda, a honra e a dignidade nacional foram  salvas: pátria o muerte e bola na rede. Uma vitória sobre um “império” futebolístico como Brasil ou Argentina não tem preço no mercado populista da América Latina. Mesmo que depois, em igualdade de condições, quase sempre eles sejam goleados e colocados em seu devido lugar. Mas eles gostam de ilusões.
É a influência dos três patetas, Chávez, Morales e Correa, até no futebol. No seu habitat natural, eles vivem a ilusão de que jogam mais e melhor do que os outros, com mais fôlego, mais talento, mais patriotismo, que afirmam a sua identidade nacional. É a versão esportiva do realismo fantástico latinoamericano. Evo Morales logo vai pedir a liberação de folhas de coca para os jogadores indígenas. Afinal, é uma questão cultural.
Maradona, gênio do futebol e perfeito idiota latinoamericano da política, bateu bola em La Paz com Evo Morales e fez gol contra: assegurou que a altitude não teria nenhum efeito fisiológico nos jogadores. E a Argentina tomou de seis da Bolívia. Imaginem se tivesse? A bravata é a principal forma de expressão do idiota latinoamericano, também no futebol. E quase custou a classificação à Argentina, que em dez jogos contra a Bolívia, ao nível do mar, ganharia nove.
Mas as evidências não bastam, é preciso que a CBF trabalhe para reverter esta demagogia populista travestida de igualitarismo, escondendo uma típica malandragem latinoamericana que só pode ser entendida como bolivarianismo esportivo, seja isto lá o que for.

Nelson Motta – Sintonia Fina

Aprendizado

Na vida até então aprendi muitas coisas.
Aprendi que sorrisos não significam felicidade.
Chorar não significa tristeza.
Amigos não significam para sempre.
Que família, são aqueles que você escolhe para te fazer bem.
Que nem sempre eu aprendi com os próprios erros, mas muitas vezes com o dos outros.
Que a vida não é feita somente de alegrias, existe a dor , a solidão, a tristeza e a raiva.
Aprendi que o céu não é um lugar santo.As nuvens não são algodão doce, o mar não é apenas água e a grama não é apenas mato.
Aprendi que tudo na vida tem seu por que, e muitas vezes tentando os achar acabamos querendo descobrir mais e mais.
Aprendi que o futuro é um roteiro que escrevemos e protagonizamos.
Aprendi que podemos aproveitar o quanto for durante a nossa jornada, nos divertir, beber e rir, mas da vida só podemos ter uma dose.
Não há coisa mais simples do que o humano, apenas nós que o tornamos difícil.
Aprendi que o amor, é feito pra sentir... e não entender.
Aprendi que cada lagrima que se escorre pelo nosso rosto, faz o inimigo sorrir.
que cada angustia guardada, chega uma hora que vamos explodir.
aprendi que o medo é apenas uma palavra.
que a raiva é apenas uma ação.
Aprendi que só acredito em o que vejo com os próprios olhos.
Aprendi que mesmo não acreditando nele, acredito na fé.
e que é essa fé que me faz prosseguir.
Aprendi que as mãos não foram feitas para tocar, mas sim sentir.
que os anos são longos, mas a vida é curta.
que não importa o quanto eu tente achar uma explicação para o fim e o depois, não vou achar.
Que não importa o quanto estudamos, a inteligência verdadeira vem do ja sabemos.
vem do saber chegar até o fim da nossa jornada com sucesso.
Aprendi que há muitas tentações na vida, e que muitas vezes cedemos, mas que nenhuma dessas tentações se compara com o prazer que tenho de amar.
que muitas vezes queremos mais e mais, e esquecemos de retribuir.
muitas vezes quis uma coisa e me deram outra, mas tem aqueles que não ganham nada.
Aprendi que o mundo da voltas, as ações não.
Aprendi que tenho muita terra ainda pra terminar minha jornada.
e que enquanto essa jornada não terminar, vou continuar aprendendo.
Aprendendo que a vida não sou eu quem mando nem ela em mim, e que nunca sei o que acontecerá no meu próximo passo.
Aprendendo que a vida, é apenas uma obra de arte, que até hoje ninguém entende.
Aprendendo que o humano, é um ser de que ninguém sabe da onde veio ou como.

Da única coisa que tenho certeza é que na vida viemos para aprender e ensinar. Mesmo que seja com os nosso erros ou nossas atitudes. Tem que se arriscar para prosseguir.

Mas não arrisque sua vida, caso contrário como fará para aprender?

Karoline Zamoiski

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pense nisso

Meu maior medo é viver sozinha e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir.
Meu maior medo é almoçar sozinha, jantar sozinha e me esforçar em me manter ocupada para não provocar compaixão dos garçons.
Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar.
Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda.
Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho.
Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento.
Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho.
Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social.
Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes.
Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinha.
Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim.
Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado.
Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo.
Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço.
Meu maior medo é escrever para não pensar.

(trecho de Pais e filhos maridos e esposas II) Fabrício Carpinejar

terça-feira, 13 de outubro de 2009