sexta-feira, 22 de maio de 2009

Frio é relativo

30ºC
Baianos vão à praia, dançam, cantam e comem acarajé.
Cariocas vão à praia e jogam futebol.
Mineiros comem um "queijin" na sombra.
Todos os paulistas estão no litoral e enfrentam 2 horas de fila nas
padarias e supermercados da região.
Lajeanos esgotam os estoques de protetor solar e isotônicos da cidade.
25ºC
Baianos não deixam os filhos sairem ao vento após as 17 horas.
Cariocas vão à praia mas não entram na água.
Mineiros comem um feijão tropeiro.
Paulistas fazem churrasco nas suas casas do litoral, poucos ainda entram na água.
Lajeanos reclamam do calor e não fazem esforço devido esgotamento físico.
20ºC
Baianos mudam os chuveiros para a posição "Inverno" e ligam o ar quente das casas e veículos.
Cariocas vestem um moletom.
Mineiros bebem pinga perto do fogão a lenha.
Paulistas decidem deixar o litoral, começa o trânsito de volta para casa.
Lajeanos tomam sol no parque.
15ºC
Baianos tremem incontrolavelmente de frio.
Cariocas se reúnem para comer fondue de queijo.
Mineiros continuam bebendo pinga perto do fogão a lenha.
Paulistas ainda estão presos nos congestionamentos na volta do litoral.
Lajeanos dirigem com os vidros abaixados.
10ºC
Decretado estado de calamidade na Bahia.
Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas.
Mineiros continuam bebendo pinga e colocam mais lenha no fogão.
Paulistas vão a pizzarias e shopping centers com a família.
Lajeanos botam uma camisa de manga comprida.
5ºC
Bahia entra no armagedon.
César Maia lança a candidatura do Rio para as olimpíadas de inverno.
Mineiros continuam bebendo pinga e quentão ao lado do fogão a lenha.
Paulistas lotam hospitais e clínicas devido doenças causadas pela
inversão térmica.
Lajeanos fecham as janelas de casa.
0ºC
Não existe mais vida na Bahia.
No Rio, César Maia veste 7 casacos e lança o "Ixxnoubórdi in Rio".
Mineiros entram em coma alcoólico ao lado do fogão a lenha.
Paulistas não saem de Casa e dão altos índices de audiência a Gilberto
Barros, Gugu Liberato, Luciana Gimenes e Silvio Santos.
Lajeanos fazem um churrasco no pátio... Antes que esfrie.

domingo, 17 de maio de 2009

Mais uma de Francis

“Estive lendo aos pulos uma biografia de Einstein, como era mesmo o nome? Depois de provar que os absolutos mecânicos de Newton eram falsos e que não existe uma ordem no universo (em termos matemáticos, não exagerem nas generalizações), Einstein passou o resto da vida procurando provar que se enganara. Juro. Estou simplificando grosseiramente a questão, claro, mas isto aqui é um jornal dito popular, logo, excuseme. O fato é que, raspadas as complexidades suplementares do raciocínio de Einstein, é isso mesmo que ele tentou: encontrar um princípio normativo da desordem universal, ou seja, ordem dentro da desordem. Sifu, evidentemente. O biógrafo acha essa história "trágica". Foi aí que joguei o livro pro lado. Por que trágica? Rotineira seria a palavra exata. Sem a capacidade de Einstein não fazemos outra coisa se não buscar tertezas de permanência, organização e lucidez, com os resultados conhecidos. O gênio apenas nos revela o que escondemos de nós próprios, o que já estava em nós o tempo todo. Aguenta firme, bicho”

Paulo Francis

“Me sinto muito à vontade neste país. Considero um privilégio poder assistir de perto à ascensão, declínio e queda do império romano, ao mesmo tempo, uma história bem mais complicada que aquela contada por Gibbon. E vou tentar extrair um pouquinho dela pra vocês. Em primeira mão.”

Isso Francis escreveu muito antes dessa crise mundial, gerada pelos americanos.