Era uma noite fria e úmida, a névoa densa engolia as ruas de paralelepípedos. No interior aconchegante do Bar Luar, envolto em tons de âmbar e carmim, eu me sentava ao balcão, saboreando um gole de vinho tinto. De repente, como uma melodia melancólica flutuando no ar, a porta se abriu e ela entrou: a mulher do cego.
Seus cabelos cor da noite emolduravam um rosto de beleza singular. Seus olhos, como poços profundos de mistério, emanavam uma luz incandescente que contrastava com a escuridão eterna que a cercava. Quando nossos olhares se cruzaram, senti uma faísca eletrizante percorrer meu corpo, como se o universo tivesse se conspirado para nos unir naquele instante.
Capítulo 2: Dançando sob a Luz da Lua
Envolvidos em uma aura de magnetismo irresistível, conversamos por horas. Sua voz suave e melodiosa narrava histórias fantásticas, tecendo um universo de sonhos e possibilidades. Descobri nela uma alma livre e indomável, um espírito aventureiro que desafiava as convenções da sociedade.
Enquanto a noite avançava, a melodia da conversa se transformava em uma dança sensual de palavras e olhares. Sabia que estava me apaixonando por ela, mas a consciência do perigo pairava sobre nós como uma nuvem escura. Ela era a mulher do cego, e nosso amor era proibido, uma melodia dissonante na sinfonia da vida.
Capítulo 3: Segredos Sussurados na Escuridão
Nos dias que se seguiram, nos encontramos em segredo, explorando cafés escondidos e parques banhados pela luz da lua. Roubávamos momentos fugazes de felicidade, conscientes da fragilidade de nosso amor. Cada encontro era uma explosão de paixão, um sussurro ardente na escuridão.
Compartilhávamos sonhos e frustrações, desejos e segredos. Ela me contava sobre a solidão que a consumia, aprisionada em uma vida que não era sua. Eu a via como um pássaro engaiolado, lutando para escapar da sombra do marido cego.
Capítulo 4: A Fúria da Descoberta
Inevitavelmente, a melodia da paixão se tornou um rugido estrondoso. Uma noite, enquanto nos entregávamos à melodia do amor no Bar Luar, o cego entrou. Seus passos eram firmes e determinados, como se guiados por uma força invisível. Seus olhos, vazios e penetrantes, fixaram-se em nós com uma fúria animalesca.
O tempo pareceu congelar. O ar vibrava com a tensão. Ela tentou explicar, implorar por perdão, mas ele não a ouviu. A fúria consumia sua alma, transformando-o em um vulcão em erupção. Gritos e palavras ásperas ecoavam no bar, dilacerando a melodia da noite.
Capítulo 5: Silêncio Eterno
Saímos correndo do bar, perseguidos pelos fantasmas da culpa e do medo. A melodia da paixão se dissolveu em um mar de lágrimas e silêncio. Nunca mais a vi. O destino cruel nos separou, silenciando nossa melodia antes que ela pudesse alcançar seu crescendo final.
Até hoje, a lembrança dela me acompanha como uma canção melancólica, um sussurro do amor proibido que floresceu na escuridão. A melodia da mulher do cego ainda ecoa em meu coração, um lembrete pungente da beleza e da fragilidade da paixão.
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