A estréia de Fabiula Nascimento no cinema.
Estômago foi inspirado no conto Presos pelo Estômago, de Lusa Silvestre que assina junto com Marcos Jorge o argumento do filme. Ele narra a história do nordestino Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, que chega a cidade grande sem muitas pretensões, apenas poder almoçar e jantar no mesmo dia.
Ele consegue um emprego de faxineiro em um bar e aos poucos descobre seu talento para a cozinha, suas coxinhas fazem o maior sucesso. Logo é convidado para trabalhar num restaurante, onde aprende os segredos da cozinha italiana. Também aprende como funciona a vida. Começa a ter roupas, casa, relacionamento sociais e até um romance com uma prostituta de bom apetite. Na cadeia, o mesmo se repete. Através de seu talento vai ganhando status, começa dormindo no chão até ter direito a ter uma cama.
O filme marca a estréia de Marcos Jorge em longas e também da curitibana Fabiula Nascimento no cinema. Ela interpreta a prostituta Íria e venceu uma seleção com mais de 400 candidatas de todo o país. Para compor o personagem diz que conversou com duas prostitutas da 13 de Maio, além de visitar bares onde trabalham. “Me apaixonei de cara pelo personagem, há cenas muitos fortes e tive certeza que estava em boas mãos”, falou.
Boa parte do filme foi feita dentro do presídio do Ahu, desativado antes da filmagem. Os produtores aproveitaram também os objetos pessoais dos presos como chinelos, escovas de dentes, cartas, bíblias. Além disto, a própria atmosfera do lugar colaborou. “Um presídio é um dos piores lugares do mundo. A energia daquele lugar é terrível, você tem a sensação de que nunca quer estar ali”, comenta a produtora Cláudia Natividade. Além disto, os personagens contaram com a consultoria do cronista Luiz Mendes Júnior, que passou 31 anos na prisão. Já a chef curitibana, Geraldine Miraglia, foi escolhida para assessorar os personagens sobre o comportamento na cozinha. São dela também os pratos que aparecem no filme, ao todo foram feitos cerca de 8 mil durante as filmagens.
O filme custou R$ 1,8 milhão, financiado pelo Ministério da Cultura e também pelo governo da Itália, devido um acordo de co-produção firmado entre os dois países desde 1974. Segundo Cláudia, a finalização do trabalho foi feita na Europa o que garantiu a qualidade de imagem e de som. A equipe não teria dinheiro para fazer todo o trabalho aqui.
De acordo com ela, filmar em Curitiba ajudou a otimizar os custos de produção. Além disto, a Capital também oferece infra-estrutura, desde técnicos como equipamentos. “Faltava apenas aproveitar este Knowhow para o cinema”, finalizou.
Deu no Solda
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