No Antico Caffé Greco, tomei um café "lungo" naquele mesmo balcão onde os famosos do cinema apoiavam seus ilustres cotovelos quando chegavam a Roma. Como registra a foto ao fundo.
Roberto Requião foi alçado candidato a presidente da República pelo ex-desafeto Orestes Disque Quércia. Para reforçar a chapa do governador, Mário Celso Petraglia deveria ser o candidato a vice. Com essa dupla do barulho, o Brasil ficaria ainda mais divertido. A última do poderoso chefão atleticano provocou curto-circuito nas emissoras de rádio.
A partir de 10 de maio, início do campeonato brasileiro, as transmissões de jogos do Furacão, dentro ou fora de Curitiba, serão pagas: sendo R$ 15 mil por partida e R$ 456 mil o pacote contendo os 38 jogos do clube. A intenção do Atlético é regularizar e disciplinar as transmissões de rádio do mesmo modo que é feito com a televisão.
“Beleza! Agora a Globo vai dominar as transmissões nas rádios também! Vai ter até radio “pay-per-hear (pague para ouvir)” comentou alguém na internet. Para registrar um apoio ao todo-poderoso rubro-negro, transcrevo o parecer (no blog do Zé Beto) do jornalista e publicitário João José (Jotajota) Werzbitzki: “Por qual motivo as rádios podem vender cotas de publicidade, patrocínio e merchandising para transmitir os jogos, lucrando, sem pagar nada ao promotor do espetáculo - que investe milhões em jogadores e estrutura? O espetáculo é uma ação da iniciativa privada. Não tem que ser dado de graça, para que outros lucrem em cima”.
Ao fechar porteira para companheiros da “latinha”, Mário Celso Petraglia deu o pontapé inicial num divertido “racha” entre torcedores, e levantou uma discussão que vai além da Arena da Baixada. Se a grande maioria dos torcedores se assusta com o “pedágio” que Petraglia pretende cobrar dos radialistas, o que podemos esperar para o futuro próximo, quando até para circular no centro das cidades os automóveis terão que pagar pedágio. Em Londres isto já acontece e ainda vai chegar o dia quando o cidadão vai ter pagar até para sentar num banco dos parques públicos.
No Brasil, tem leis que pegam e outras que não pegam. Se a nova “Lei Petraglia” vai pegar, esses são outros “quinhentos milhões de dólares”, que é a cifra com que os cartolas estão acostumados a raciocinar. Quem vai ajuizar se Petraglia tem ou não tem razão é o mercado.
Enquanto as fábricas de cerveja calculam quantos milhões de litros os comentários de Sicupira podem vender numa tarde de domingo, vamos nos divertir com as traquinagens de Petraglia. Por enquanto, rir ainda é de graça.
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Ainda em Roma, fomos tomar café no “Antico Caffè Greco”, um clássico da Via dei Condotti. Quem vai a Roma ver o papa, antes toma um cafezinho naquele balcão de mármore tombado pelo Patrimônio Histórico. Pedimos dois cafés, pagamos cinco euros. Quando fomos sentar numa das mesinhas ao fundo do corredor estreito e abarrotado de turistas elegantes, o garçom se aproximou lépido, e me alertou: “Para sentar, são cinco euros. Por pessoa!”.
Voltei ao balcão, onde é o meu lugar.
*** “Não existe almoço de graça”. Quando assistimos aos protestos dos estudantes secundaristas pelo passe livre, “é de sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho” à maneira de Nelson Rodrigues.
Não sei se é para rir ou para chorar, mas na próxima semana veremos estudantes secundaristas e radialistas unidos em marcha para exigir passe livre nos ônibus e nos estádios. Dante Mendonça [13/04/2008]O Estado do Paraná.
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