sábado, 1 de março de 2008

Levando fumo


quando eu morrer não quero choro nem oração
quero pacotes de holliwood
pra levar muito fumo no caixão
serrei até estourar a caixa toráxica
o escarro e o pigarro eram a tática
pro meu pulmão não se esparramar pelo chão
cigarro de xepas do cinzeiro eu fi-lo
traguei paióva, bituca e matarrato a quilo
equivalo a um quarteirão de nicotina e alcatrão
já enrolei tabaco pra mais de metro
se efizema fizesse rei, eu tinha coroa e cetro
recordista filão, quebro a marca do milhão
há tosse e sinais defumantes em meu corpinho
alvéolos, brônquios, pleuras, não passam de toucinho
baforo no caixão, resoluto, meu último charuto

Antonio Thadeu Wojciechowski e Rodrigo Barros

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