quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Roberto Paraná Parado Requião

A declaração unilateral de independência do Kosovo, anunciada neste domingo pelo primeiro ministro da ex-província Sérvia, está provocando reações em alguns países. Entre eles a Espanha, que olha com preocupação o assanhamento dos separatistas bascos. Não se sabe ainda a opinião do governador Roberto Requião, cujas declarações podem atingir até os Países Baixos.

“Por que não te calas?” deve ter resmungado o rei Juan Carlos ao ouvir pela televisão o presidente George W. Bush reconhecer a histórica declaração de independência: “Os kosovares agora são independentes. É algo que defendi durante meu governo” disse Bush na Tanzânia, onde foi fazer uma visita de cortesia aos conterrâneos de Barack Obama. O mais antipático entre os antipáticos americanos disse ainda que apoiou “de forma contundente” o plano que garante os direitos das minorias étnicas.
Sérvios e espanhóis que nos perdoem, com desculpas extensivas aos russos e chineses, mas os kosovares, tibetanos e bascos precisam tirar o chapéu (mesmo envergonhados) para W. Bush. O representante do big brother foi o primeiro a reconhecer Kosovo: um nanico com população entre 1,7 a 2,3 milhões de habitantes, alguma coisa parecida com a região metropolitana de Curitiba.

Para o bem ou para o mal, a importância da independência de Kosovo transcende a região dos Bálcãs (onde o diabo perdeu as botas no sudeste da Europa), atravessa a região Basca, passa pelas tribos em guerra na África, sobe ao Tibet e aos ouvidos de Dalai Lama até chegar na Austrália, conforme já foi relatado aqui: “Movidos pela vaidade e levados pelo livre arbítrio, cidadãos australianos resolveram formar seus próprios reinos imaginários. Autoproclamados duques, barões, príncipes e até imperadores, querem criar seus próprios territórios, com bandeiras, hinos e moedas próprias”.
O exemplo da nanica Kosovo tem motivos de sobra para deixar o rei Juan Carlos com a pulga atrás da orelha, por causa dos bascos. No mundo globalizado, certos modismos costumam pegar mais do que a mania dos cartões corporativos: quando um recebe a benesse, todos os demais também querem a mesma mamata.
Aqui no Brasil, vejamos, temos vários Kosovos enrustidos. A começar pelo Estado de São Paulo que, não contente em nomear ad eternum presidentes da República e seus principais ministros, de bom grado desprenderiam sua locomotiva do resto dos vagões que só servem para atrapalhar a Avenida Paulista.

O Maranhão só não é um Estado autônomo porque ainda não recebeu o reconhecimento de W. Bush. De resto, é uma nação independente: para nascer, é na Maternidade Marly Sarney; para viver, tem as Vilas Sarney; para sair da cidade tem a ponte José Sarney; e quem não concordar com as outras centenas de obras públicas com nome Sarney, que vá reclamar no Fórum Desembargador Sarney.

Kosovo é aqui, na Granja do Cangüiri. Ferrenho defensor das minorias nepotistas, temos o reino imaginário de Sua Majestade Roberto Primeiro, Segundo e Terceiro. Montado no livre arbítrio e cavalgando um dos seus 17 cavalos, nosso líder desfralda o pendão da dinastia Requião, onde está escrito: “O Estado sou Eu!”.

Dante Mendonça [19/02/2008]O Estado doParaná.

Um comentário:

Pedro Edu disse...

Para resolver esta bronca é muito fácil, é só fazer um acordo simples:
Os sérvios ficam casgalinha e os albaneses kosovo.
Todo mundo volta a ser feliz.
Abraços