quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Arranjei um cabaço pra cabeça

Está bem, sou culpado, teu cabaço
Foi para o beleléu, escafedeu-se.
Agora você quer ele de volta
E eu, o tarado, é que, cabisbaixo,
Me arrependo porque, por mais que pense,
Não consigo acalmar minha revolta.

Você preparou tudo: o vinho, a cama,
Ora bolas! , até pílulas tinha!?
Conversamos, bebemos e trepamos
Tanto tanto que minha boa fama
Ultrapassou as fronteiras da vila
E hoje me causa só perdas e danos.

Não sei onde eu estava co’a cabeça,
Não a do pau; a outra, que, bebaça,
Sustentada pelo pescoço babava
E grunhia como um porco sem defesa
Diante da faca afiada que transpassa
Seu corpo e leva a vida que o levava.
Nós dois, completamente loucos: sexo,
Drogas e punk rock, e agora essa!?
Reconstituição, plástica de cabaço!?
Sinto muito, neném, papo sem nexo,
Pra cima de mim, é outra conversa,
Vira o rabo pra cá e veja o que eu faço!
Comedor de Ranho

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